Partículas de água de 150 milhões de anos ajudam cientistas a entenderem história do oceano
Preservado em cristais de sal marinho, material forneceu informações sobre o movimento tectônico


Que o oceano reserva grande surpresas, não é novidade. Aliás, o que mais chama atenção são os mistérios que ele esconde sem que a ciência consiga desvendar. Contudo, uma pesquisa publicada na revista Science Advances analisou partículas de água com mais de 150 milhões de anos, que ajudam a entender a história dessa imensidão.
Vila de 8 mil anos, construída sobre palafitas, é encontrada no fundo de lago na Albânia
Assine NÁUTICA e ganhe convites para visitar o Boat Show!
Inscreva-se no Canal Náutica no Youtube
Cientistas analisaram as partículas que, segundo informações da ScienceAlert, estavam preservadas em cristais de sal marinho. Com esse material, os estudiosos puderam obter informações sobre o movimento tectônico no fundo dos oceanos ao longo do tempo, assim como suas condições atmosféricas.
A água do oceano não contém apenas sal. Ela é formada por uma mistura química com diferentes minerais, em quantidades que ajudam a entender os diferentes processos que ocorreram durante a história do planeta.
A halita marinha (principal fonte de sódio e cloro para a indústria química) é um deles. Foi justamente através dela que os pesquisadores realizaram a descoberta, uma vez que o mineral possui pequenas gotas de água, que preservam um registro químico do oceano no ado.


A queda na concentração de lítio e o resfriamento do planeta
Os cientistas analisaram as amostras buscando determinar o seu teor de lítio, já que esse elemento químico é um traçador de atividades hidrotermais, ou seja, de aberturas no fundo do mar, que liberam calor e produtos químicos no oceano nos limites entre as placas tectônicas da Terra.
Através da análise, os pesquisadores conseguiram identificar que houve uma queda de sete vezes na concentração de lítio nos últimos 150 milhões de anos e um aumento correspondente nas proporções de magnésio e cálcio, em decorrência da diminuição na atividade das placas tectônicas e na produção da crosta planetária — que resultou em menos atividade hidrotermal.
Segundo o estudo, uma consequência desse fenômeno teria sido a liberação de menos dióxido de carbono na atmosfera, o que pode ter contribuído para o resfriamento que produziu a última era do gelo, que se estendeu entre 115 mil e 11,7 mil anos atrás.
“Há uma ligação estreita entre a química oceânica e a química atmosférica. Quaisquer mudanças que aconteçam no oceano também refletem o que está acontecendo na atmosfera”, comenta Mebrahtu Weldeghebriel, geoquímico da Universidade de Princeton e da Universidade de Binghamton, um dos responsáveis pela pesquisa.
Náutica Responde
Faça uma pergunta para a Náutica
Relacionadas
Gravação feita com drone em Bertioga mostra dourados-do-mar em detalhe e viraliza nas redes
Estudo aponta que a atividade começou há mais de 20 mil anos e não envolvia a caça desses animais
Inaugurada em 1938, a Overseas Highway nasceu de um sonho ousado e virou uma das estradas mais icônicas do mundo
Navio Pallas naufragou há 131 anos no rio Itajaí-Açu e impacta o fluxo de embarcações no Porto de Itajaí
Documentário retrata a impressionante jornada a bordo de um catamarã de madeira com mastro feito de poste