Conheça o Volitan, barco voador que está próximo de se tornar realidade na Amazônia
Criado pela startup AeroRiver, embarcação deve chegar para o transporte de cargas e pessoas na região em 2026


Já ouviu falar do Monstro do Mar Cáspio? Esse foi o nome dado pela inteligência norte-americana aos ecranoplanos russos (veículo que combina características de barcos e aeroplanos), utilizados durante a Guerra Fria. Se o nome lhe é familiar, saiba que o Brasil em breve ganhará um modelo parecido, mas com intenções muito diferentes, que prometem revolucionar o transporte de cargas e pessoas na Amazônia.
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O projeto em questão se chama Volitan, e foi desenvolvido pela startup AeroRiver, incubada no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e criada em 2021, por engenheiros da região Norte do Brasil. A proposta é que o “barco voador” seja o primeiro ecranoplano do mundo destinado a operações fluviais, inicialmente, nos rios amazônicos.


A ideia não surgiu por acaso, já que a região amazônica soma aproximadamente 6,74 milhões de km², e faz conexões entre suas 62 cidades, principalmente, pelos rios — tarefa nem sempre fácil, por conta dos problemas logísticos da região. Segundo a startup, o Volitan promete chegar a esses destinos em um terço do tempo do que levariam as lanchas mais velozes do mercado.
Como funcionará o barco voador Volitan
Os aviões voam graças a baixa pressão produzida sobre suas asas. O Volitan, por sua vez, é inspirado nos ecranoplanos, que utilizam o efeito solo — que causa uma sobrepressão sob as asas de formato especial — , criando um “colchão de ar” que dá sustentação à aeronave em voo rasante, normalmente sobre uma superfície aquática — mesmo que ele também funcione em terra firme.


Em entrevista à Época Negócios, Felipe Bortolete, diretor técnico e um dos fundadores da AeroRiver, explicou que “quando o veículo opera utilizando o efeito solo, o consumo de combustível é reduzido drasticamente. Quanto mais baixo ele voa, menos combustível é consumido. Então, quanto mais próximo o ecranoplano estiver da superfície do rio, mais econômico ele será.”
O nosso veículo aproveita o efeito solo, mas ele também é projetado para voar sobre a copa das árvores em alguns trechos onde é rio é muito sinuoso, sempre respeitando o limite de 150 metros de altitute. Em trechos assim, o veículo atuará como um avião– Felipe Bortolete, à Época Negócios
Com 18 metros de comprimento, o barco voador terá autonomia para percorrer uma distância de até 450 quilômetros sem reabastecer, operando a uma altura entre 5 e 10 metros da água, com velocidade de 81 nós (150 km/h). Essa máquina será capaz de transportar dez ageiros, ou, ainda, uma tonelada de carga, emitindo, de acordo com a empresa, menos dióxido de carbono (CO2) do que embarcações e aeronaves tradicionais.
Atualmente, o barco voador a por testes técnicos. De acordo com Bortolete, um sistema de controle está sendo desenvolvido, para que a altura do veículo em relação a superfície não seja controlada pelo piloto, mas, sim, já configurada, fazendo com que o Volitan possa manter o nível determinado de altura (150 metros) automaticamente.


A AeroRiver espera que um protótipo do Volitan realize seu primeiro voo sob o efeito solo em 2025, e a certificação do veículo — que ainda terá suas normas definidas por órgãos reguladores no Brasil — está programada para 2026, quando o barco voador deve estrear no mercado.
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