Iate que pertenceu a líder iugoslavo e ficou submerso por 3 anos vira museu flutuante
Lendário Galeb, de 385 pés, serviu na Segunda Guerra Mundial, sofreu bombardeio e foi resgatado pelo governo croata


Este iate já foi submerso, serviu o líder da Iugoslávia, virou alvo de bombardeio durante a Segunda Guerra Mundial e hoje é um museu flutuante. Estamos falando do lendário Galeb, uma embarcação com 117 metros de comprimento (385 pés) e que tem muita história para contar.
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Lançado em 1938, em Gênova, na Itália, o iate ou por poucas e boas até poder contar a sua própria história. Depois de cinco anos de intensas reformas, o Galeb foi completamente repaginado e se transformou num museu flutuante, que está atracado no porto de Rijeka, no Adriático da Croácia.



Esta relíquia navegante funcionará como um navio-museu aberto ao público para fins educacionais ou memoriais. Durante a restauração do iate, o máximo de peças importantes foram devolvidas à condição original, e a embarcação ainda ganhou instalações públicas como restaurante, café, cinema e acomodações.
O Galeb também apresenta uma seção com exposição permanente da sua rica história. Estima-se que a reforma tenha custado mais de 10 milhões de euros (aproximadamente R$ 64 milhões em conversão realizada em dezembro de 2024), e será aberto ao público no primeiro semestre de 2025.
Transportou bananas e virou xodó de líder iugoslavo
Criado pela Ansaldo, uma das mais importantes empresas de engenharia italiana, o Galeb surgiu inicialmente para transportar bananas das colônias do sul da África para a Itália. Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, a embarcação virou um cruzador auxiliar sob o nome Ramb III e foi usado pela Marinha da Itália.


Em 1943, após o armistício, os alemães transformaram o navio num lançador de minas (equipamento militar que implanta campos minados), que acabou sendo bombardeado por aeronaves aliadas no final da guerra. Assim, ele ficou submerso por três anos — mas não seria o seu fim.
Começa agora a sessão de reformas. A primeira ocorreu em 1952, quando foi restaurado para virar navio de treinamento para a Marinha Iugolsava — foi aí que surgiu o nome que perdura até hoje, “Galeb”, que significa “gaivota” em sérvio. Foi quando Tito, líder da Iugoslavia, se apaixonou pelo iate.


Logo, ele requisitou o iate para uso pessoal em assuntos de estado, além de receber políticos como Nikita Khrushchov e entreter algumas celebridades da época, como a atriz Elizabeth Taylor e o ator Richard Burton. Porém, com a morte de Tito em 1980, ficou esquecido até ser vendido ao bilionário John Paul Papanicolaou.
Esquecido e resgatado
Em 2006, Galeb foi declarado patrimônio cultural croata, e três anos depois foi apreendido pelo governo da Croácia após John não cumprir os custos de atracação. Pouco tempo depois, a cidade de Rijeka — terceira maior do país — comprou a embarcação e a transformou no museu flutuante.


Detalhe: no leilão, o governo croata colocou um preço inicial de 85 mil libras no barco (aproximadamente R$ 658 mil), valor menor do que se fosse vendido como sucata, que costuma sair na faixa de 155 mil libras (R$ 1,2 milhão). Sua condição de patrimônio cultural fazia com que ele permanecesse intacto.



Assim, começava o processo de restauração e conversão do iate, que viria a se tornar um museu. O projeto foi feito pela cidade de Rijeka em parceria com a Universidade de Rijeka e o Conselho de Turismo de Rijeka, e tinha como previsão ser concluído em 2021, mas a pandemia de covid-19 atrasou os planos.
Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
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