Imagens de satélite e IA revelam milhares de navios fantasmas nos oceanos
Pesquisa mostra que 75% dos navios pesqueiros industriais do mundo estão ocultos a olho nu. Entenda os impactos


Com o auxílio de imagens de satélite e inteligência artificial (IA), pesquisadores descobriram que os oceanos da Terra estão repletos de “navios fantasmas”. Longe de serem lendas urbanas, esses barcos não só são reais como representam um desafio tanto para a proteção, quanto para a gestão de recursos naturais.
A 2 mil metros de profundidade: China terá laboratório submarino
Apenas um sobrevivente: destroços de naufrágio de 132 anos são encontrados
Inscreva-se no Canal Náutica no Youtube
O estudo, realizado pela Global Fishing Watch, juntamente com especialistas da Universidade de Wisconsin-Madison, da Universidade de Duke, da UC Santa Bárbara e da SkyTruth, revelou um número impressionante: 75% dos navios pesqueiros industriais do mundo estão ocultos a olho nu.


Para chegar a esse dado, os estudiosos analisaram cerca de 2 milhões de gigabytes de imagens de satélite, capturadas entre 2017 e 2021. O resultado, segundo especialistas, é o primeiro mapa global do tráfego de grandes embarcações e infraestruturas em alto-mar.
As consequências dos “navios fantasma”
O objetivo principal do estudo era detectar embarcações e infraestruturas marítimas em águas costeiras de seis continentes, onde se concentram mais de três quartos da atividade industrial.


A análise mostrou que grande parte dos navios pesqueiros industriais opera sem registro público e atua principalmente na África e no sul da Ásia. Além disso, revelou que mais de 25% das embarcações de transporte e energia não são detectadas pelos sistemas públicos de rastreamento.
Vale ressaltar que nem todas as embarcações são obrigadas a transmitir sua localização. Inclusive, as que não aparecem nesses sistemas costumam ser chamadas de “frotas fantasmas” — e representam um desafio tanto para a proteção, quanto para a gestão de recursos naturais.
Isso porque, de acordo com os pesquisadores, existe um número alto de navios pesqueiros ocultos em muitas áreas marinhas que são protegidas, além de uma grande concentração de embarcações em águas de países onde, anteriormente, não havia registros de atividade nos sistemas públicos.
O problema fica ainda maior quando se leva em conta a discrepância gerada a partir disso em relação a dados oficiais. Os números apontam, por exemplo, que Ásia e Europa possuem volumes similares de pesca em suas fronteiras.
A pesquisa revelou, contudo, que a Ásia, na verdade, domina essa atividade: a cada 10 barcos pesqueiros em operação, sete estão na Ásia e apenas um na Europa. Para os especialistas, o dado evidencia como a pesca industrial global está realmente distribuída.
Náutica Responde
Faça uma pergunta para a Náutica
Relacionadas
Principais players do mercado se reuniram para garantir presença na 28ª edição do maior salão náutico da América Latina
Primeiros avistamentos da espécie no litoral catarinense costumam aparecer no mês de junho e vão até novembro
Competição foi realizada em Çeşme, na Turquia, e contou com quatro atletas brasileiros
Conceito do The Real Beach pretende que os hóspedes sintam a sensação de estar na costa, só que a bordo
Através de sonar, pescador avistou barco do século 19 no Lago Michigan. Local agora deve ser protegido por leis estaduais e federais