Maior animal do mundo, baleia-azul tem aparição rara em Ilhabela; assista
Registro aconteceu no último dia 27 próximo à costa


Não é todo dia que se tem a sorte de encontrar o maior animal do mundo. Mas foi essa a façanha que os pesquisadores do Viva Instituto Verde Azul tiveram no último dia 27, ao registrarem, pela primeira vez em décadas, a agem da gigante baleia-azul em Ilhabela, no litoral norte de São Paulo.
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Segundo o instituto, o registro aconteceu às 8h01, logo ao chegarem na torre de observação de pesquisa — onde ficam o ano todo do nascer do sol até o anoitecer. No entanto, demorou algumas horas para os especialistas confirmarem que, de fato, o animal era uma baleia-azul. Assista!
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Identificar a espécie do animal não foi fácil. Mas, depois de analisarem as imagens de sete pesquisadores e colher opiniões de especialistas brasileiros e estrangeiros, por volta das 23h30 veio a confirmação de que era o maior animal do mundo.
Quando vi o filme falei ‘meu Deus, não é possível!’ Por isso mandei as imagens para outros pesquisadores– contou Maria Emilia Morete, presidente do instituto, ao g1
A pesquisadora, que desde 2019 faz trabalho de pesquisa em Ilhabela, explica que foram estudadas a forma de nadar, o dorso, a posição do orifício respiratório, a nadadeira dorsal e o jeito de mexer o pedúnculo — que conecta a nadadeira caudal ao corpo.
Morete também destaca as dificuldades em analisar qual espécie de baleia se tratava. Como foi filmada logo cedo, o vídeo estava com pouca luz, o que dificultava enxergar o padrão da coloração e as manchas típicas de uma baleia-azul. Mas a conclusão, junto a outros cientistas, foi unânime.
Como ela foi parar aí?
Segundo a bióloga Marina Leite, integrante do instituto Viva, treze espécies de baleias e golfinhos tinham sido avistadas a partir da torre até então. A “base” fica a 110 metros do nível do mar, em Borrifos, no sul de Ilhabela, enquanto a baleia-azul estava a 3 metros da costa, entre 25 e 30 metros de profundidade.


Morete destaca que há, sim, registros do animal no litoral paulista, mas não na região costeira. Podendo chegar a 33 metros de comprimento e pesar até 150 toneladas, esse animal vive em regiões oceânicas. Por isso o motivo da baleia-azul ter ado tão próximo da costa de Ilhabela ainda é um mistério.
Em cinco anos que a gente está lá o dia inteiro observando, é a primeira baleia-azul, nessa região. Ninguém nunca tinha visto– afirma a pesquisadora
A suspeita é de que a baleia tenha sido trazida por uma corrente oceânica ou alguma condição de saúde, mas sem qualquer afirmação. Também não é possível dizer se o mamífero marinho avistado em Ilhabela é macho ou fêmea, sua idade e se estava saudável ou não, porque as imagens não mostraram o animal inteiro.


Estima-se, no entanto, que devia ser jovem, visto que um adulto chega a atingir 30 metros de comprimento e, segundo Morete, essa baleia-azul aparentava ter, no máximo, 20 metros.
Reflexos do ado
A aparição da baleia-azul em Ilhabela é, de certa maneira, um alívio para a comunidade científica. Por conta da caça e devastação, a espécie beirou a extinção — tanto que em 1980 foi proibida qualquer busca ilegal do animal. Desde então, a espécie tenta se recuperar aos poucos, mas continua em perigo.


De acordo com o instituto, as baleias-azuis vivem se deslocando durante todo o ano em busca de alimentos ou para se reproduzir, com viagens que variam conforme a época do ano. Além disso, elas conseguem se comunicar com outras baleias a km de distância por meio do som.
Espera-se que a agem desse mamífero por Ilhabela incentive ainda mais as políticas públicas de conservação ambiental no litoral paulista. Ao g1, Maria Inez Fazzini, secretária de Meio Ambiente de Ilhabela, comemorou o evento “raro e de extrema importância para a conservação marinha”.


“O arquipélago de Ilhabela é privilegiado por sua biodiversidade e, por isso, temos a responsabilidade redobrada de proteger esse ecossistema tão rico, que abriga espécies ameaçadas de extinção em outras partes do planeta, mas que aqui ainda encontram abrigo”, disse ao site.
Por Áleff Willian, sob supervisão da jornalista Denise de Almeida
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