Barco autônomo com IA vai monitorar qualidade da água no Xingu
Embarcação transmitirá dados em tempo real via satélite na área da Usina Belo Monte, considerada de difícil o


Entre as várias nuances da inteligência artificial (IA), é fato que a tecnologia pode ajudar a desenvolver soluções eficientes para o meio ambiente. Uma delas já está em fase de testes, e é definida como um barco autônomo, capaz de monitorar a qualidade da água no Rio Xingu, na área de influência da Usina Hidrelétrica Belo Monte, no Pará.
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O protótipo é fruto de um projeto de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PDI) da Norte Energia, concessionária da usina, desenvolvido em parceria com a Fundação CERTI, USSV Tecnologia Autônoma e o Instituto CERTI Amazônia (ICA), além de ser regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
Ousada, a iniciativa quer nada menos que revolucionar a forma como são realizadas as coletas e análises de dados ambientais em locais de difícil o, como é o caso do afluente do rio Amazonas, que percorre o Brasil.


Para atingir esse objetivo, o barco autônomo navegará por trajetos pré-definidos pelos operadores, equipado com uma sonda multiparamétrica — equipamento que permite a leitura simultânea de diversos parâmetros químicos e físicos presentes na água.
Em tempo real, os dados coletados pela embarcação serão transmitidos via satélite para um software com IA, o grande responsável por fazer a predição da qualidade da água.
A visualização dos dados em tempo real possibilitará o melhor acompanhamento da boa saúde dos reservatórios– destaca Roberto Silva, gerente de Meios Físico e Biótico da Norte Energia
Lorenzo Cardoso de Souza, CEO da USSV Tecnologia Autônoma, empresa responsável pelo desenvolvimento do barco, ressalta que a iniciativa “permite que áreas de difícil o possam ser monitoradas com frequência, independentemente da condição climática, preservando os técnicos de exposição a riscos e reduzindo custos operacionais”.
Tecnologia do futuro
O barco autônomo dispensa o uso de combustíveis fósseis, uma vez que é equipado com três baterias de litium, carregadas por 12 placas solares, de 100W cada. Essa energia garante, segundo a Norte Energia, uma autonomia de 20 horas de navegação, podendo alcançar uma área de monitoramento de 500 km².
Módulos em nuvem serão utilizados para o armazenamento e o processamento dos dados coletados pelo barco, onde, através do uso de IA, a qualidade da água poderá ser prevista, sem a necessidade de análises laboratoriais adicionais.
“O sistema monitora variáveis importantes como temperatura, turbidez, pH e oxigênio dissolvido, proporcionando informações mais precisas, seguras e em tempo real sobre a qualidade da água” explica Marcelo Pedroso Curtarelli, coordenador de projetos do Centro de Economia Verde da CERTI, desenvolvedor do sistema de processamento dos dados.
A Norte Energia investiu quase R$ 4 milhões na inovação. A expectativa é que o barco autônomo entre em operação assistida no reservatório intermediário de Belo Monte no segundo semestre deste ano.
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