Você sabe como escolher o cabo certo para a sua embarcação?


Velejadores ficam mais atentos aos cabos pela relevância na navegação a vela, mas seja em um veleiro ou em uma lancha, os cabos têm papel fundamental. E conhecer um pouco mais sobre eles é sempre bom.
Até porque a escolha do cabo correto vai além da simples espessura e capacidade de carga, como se costuma supor. Materiais, elasticidade, resistência aos raios UV, flutuabilidade e segurança no manuseio estão entre os pontos que devem ser levados em conta. Como mostram estas sete perguntas mais frequentes sobre cabos náuticos:
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1. O que mais importa na escolha de um cabo são o diâmetro e a carga que ele a?
Não. Estes dois dados são importantes, mas é bom estar atento a outros, como a elasticidade e o alongamento do cabo, o tipo de construção dele (se torcido, trançado, trançado duplo ou de alma paralela), a resistência à abrasão, a flutuabilidade, a resistência aos raios solares e, ainda, o revestimento da sua capa.
Este último item é especialmente importante para evitar aquecimento excessivo em caso de atrito. E isso pouca gente leva em conta.
2. Cabos pré-estirados são a melhor escolha?
Não necessariamente. Eles são mais usados em veleiros, para escotas e adriças, porque se alongam pouco sob efeitos das forças geradas pelos ventos.
Isto é importante para manter as regulagens das velas, mesmo com os ventos variando de intensidade. Mas, para outras aplicações, como nas lanchas, cabos com boa elasticidade, além de mais baratos, são uma melhor opção.
3. É melhor um cabo que flutue ou que afunde?
Depende do uso. Se for para puxar um esquiador ou para uma boia de salvamento, ele deve flutuar. Assim, facilita sua visualização e ainda evita que se enrosque no eixo do hélice do motor. Os melhores, para esta serventia, são os cabos de polipropileno, do tipo retinida.
Já para uma amarra de âncora, um cabo de material mais denso, que não flutue, ajuda no fundeio do barco.
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4. Um cabo do mesmo material, mas com o dobro do diâmetro, aguenta o dobro de carga?
Bem mais do que isso! A capacidade de carga de um cabo varia com o quadrado da variação do seu diâmetro. Ou seja, mudar de um cabo de 8 mm de diâmetro para outro de 16 mm, do mesmo tipo e material, faz a sua capacidade de carga aumentar cerca de quatro vezes.
5. Qualquer cabo serve para amarras e espias?
Não. Além de ar a carga, os melhores cabos para uma amarra ou espia são os de poliamida e torcidos, em vez dos trançados, que são menos elásticos. O mais importante é diminuir a força exercida sobre eles (sobretudo nos cunhos), gerada pelo impacto do movimento do barco nas ondulações.
Neste caso, o cabo se comporta como uma mola: quanto mais elástico, mais “absorve” o impacto. Um cabo duas vezes mais elástico faz a força sobre os cunhos diminuir em 30%.

6. Por que se recomenda soltar mais amarra quando se fundeia em mar agitado?
Além de ajudar o ferro a unhar, quanto maior o comprimento da amarra, mais ela vai se alongar e, assim, absorver melhor os impactos das ondas.
Aumentar em 50% o comprimento da amarra faz a carga gerada pelos impactos cair mais de 20%. Enfim, quanto maior o comprimento da amarra, menor será a carga nos cunhos do barco.
7. Quais os melhores materiais para um cabo?
Os mais usados são o poliestireno, a poliamida, o polipropileno, a aramida e o HMPE, sigla de “High Modulus Polyethylene”, ou uma combinação entre eles. A carga máxima que am e a sua elasticidade variam bastante.
Os mais rígidos (ou menos elásticos) são os de poliestireno. Também os combinados com aramida e HMPE funcionam bem, sobretudo para adriças e escotas.
As amarras são, em geral, de poliamida, que, além da alta densidade (afundam, por exemplo), têm boa elasticidade e média resistência ao sol. Já o polipropileno é bastante leve, flutua, mas se estraga rapidamente sob ação do sol.
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