Cientistas australianos desenvolvem coral resistente ao calor. Uma descoberta empolgante


Os defensores da natureza têm uma preocupação gigante com um problema ecológico relacionado com o aumento da temperatura da água dos oceanos: o branqueamento de corais de recife, processo observado em várias partes do mundo. As cores vívidas dos corais, aos poucos, dão lugar a sedimentos esbranquiçados que deixam as colônias com um aspecto uniforme. Os corais chegam a ficar translúcidos (é possível ver o esqueleto de carbonato de cálcio deles, por causa da expulsão das algas zooxantelas, que vivem em seus tecidos, garantindo a coloração). O que era beleza e um dos elementos essenciais para o ecossistema marinho, torna-se uma massa amorfa e sem vida.
O problema, apontado pelos especialistas como gravíssimo, pode alterar o equilíbrio do ecossistema marinho, uma vez que cerca 65% dos peixes dependem deles para sobreviver. Não há nada que se compare aos corais no mar.

Pois bem, uma equipe de cientistas de três centros de pesquisas australianos — a CSIRO, agência nacional de ciências da Austrália, o Instituto Australiano de Ciências Marinhas (AIMS) e a Universidade de Melbourne — produziu em laboratório, com sucesso, um coral que é mais resistente ao aumento da temperatura da água do mar.
Para isso, em uma abordagem inédita, a equipe isolou as microalgas dos corais e as cultivou num laboratório especializado em simbionte. Usando uma técnica chamada “evolução direcionada”, eles expam essas microalgas a temperaturas cada vez mais elevadas durante um período de quatro anos. Isso as ajudou a se adaptar e sobreviver a condições mais quentes.
LEIA TAMBÉM
>>NÁUTICA Live revela: com a reabertura da economia, o setor náutico será um dos primeiros a reagir
>>O Zipper Ship é exatamente o que você está pensando: um barco em forma de zíper
>>Nova expedição ao Titanic procurará telégrafo que emitiu o pedido de socorro
O próximo o foi reintroduzir essas microalgas nos corais. Quando isso foi feito, aconteceu o milagre. “A simbiose recém-estabelecida entre as microalgas e os corais se revelou mais tolerante ao calor em comparação à original”, comemorou Patrick Buerger, líder científico da CSIRO.
“Essas descobertas empolgantes mostram que as microalgas e o coral estão em comunicação direta entre si”, explicou a professora Madeleine van Oppen, da AIMS e da Universidade de Melbourne.

O próximo o é testar ainda mais as linhagens de algas em colônias adultas em uma variedade de espécies de corais.
No fenômeno de branqueamento, os corais ficam translúcidos. É possível ver o esqueleto de carbonato de cálcio deles, por causa da expulsão das algas zooxantelas — que vivem nos tecidos dos corais, garantindo a sua coloração, além de fornecer compostos orgânicos pelo processo de fotossíntese — ou por conta da perda do pigmento dessas algas, que vivem em associação mutualística (em que os dois organismos são beneficiados) com os corais.
Gostou desse artigo? Clique aqui para o nosso serviço de envio de notícias por WhatsApp e receba mais conteúdos.
Náutica Responde
Faça uma pergunta para a Náutica
Relacionadas
Estudo também indica "tendência problemática" nas pesquisas e alerta para impactos nos dados coletados
Iniciativa aumentou o território de Mônaco em 3% e recebeu um investimento de quase R$ 13 bilhões
Encontro no rio Hudson faz parte das ações especiais do clube para os torcedores na competição da Fifa
Embarcação encontrada na Costa de San Diego sofreu acidente em 1917, causando a morte de 19 tripulantes
Pesquisa revela que 78% dos peixes-palhaço estudados diminuíram em estatura devido ao aquecimento dos oceanos