Após 100 anos de buscas, uma lula colossal viva foi filmada pela 1ª vez; assista
Imagens inéditas mostram filhote de 30 cm; quando adulto, animal pode chegar aos 7 m e pesar 500 kg


Uma lula colossal finalmente foi registrada — viva — e em seu habitat natural, mais de um século depois de sua descoberta. O animal, um filhote de apenas 30 cm, foi filmado a 600 metros de profundidade por um veículo operado remotamente (ROV). Quando adultas, as lulas colossais podem chegar a 7 metros de comprimento e pesarem 500 kg, o que rende a elas o título de invertebrado mais pesado do planeta.
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O registro aconteceu no início de março, nas águas das Ilhas Sandwich do Sul, no Oceano Atlântico Sul. As imagens foram obtidas por uma equipe de Cientistas a bordo do navio de pesquisa Falkor, do Schmidt Ocean Institute.
O vídeo foi gravado justamente no centenário da identificação do animal, registrado em 1925, quando restos da espécie foram encontrados no estômago de uma baleia cachalote (Physeter macrocephalus). Um século depois, a ciência finalmente pôde observá-la em vida, mesmo que ainda filhote.
Em um comunicado, a Dra. Kat Bolstad, bióloga de cefalópodes da Universidade de Tecnologia de Auckland, que consultou a equipe de Falkor e ajudou a verificar a espécie, destacou o feito. “Por 100 anos, nós os encontramos principalmente como restos de presas em estômagos de baleias e aves marinhas”, complementou. Confira o vídeo:
Os especialistas Dr. Bolstad e Dr. Aaron Evans conseguiram confirmar que se tratava de uma lula colossal após notarem a presença de ganchos no meio de seus oito braços. Segundo eles, essa é uma característica notável que ajuda a distingui-las de outras lulas mais comuns.
Um registro de peso
As lulas-colossais (Mesonychoteuthis hamiltoni) são membros da família das lulas-de-vidro (Cranchiidae), o que explica o corpo transparente — apesar de os cientistas acreditarem que, à medida que amadurecem, seus corpos escurecem gradualmente. Seu comportamento é um grande mistério, dada a raridade do encontro com o animal, que costuma viver entre 1.000 e 2.000 mil metros de profundidade.


Apesar disso, sabe-se que a espécie detém um “bico” muito afiado, usado para cortar a carne de animais de grande porte — seu principal predador, aliás, são as baleias cachalotes. O corpo das lulas colossais é mais robusto que o da lula-gigante (Architeuthis dux) que, apesar de maior, chegando a 13 metros, atinge cerca de metade do peso.
Em 2013, um animal da espécie foi capturado, já sem vida, no Mar Adriático. Após uma necropsia na Nova Zelândia, foi constatado que a lula de 350 kg e 3,5 metros de comprimento tinha três corações e olhos de 35 cm de diâmetro. A fêmea chegou a ser mantida em perfeito estado em uma câmara fria do museu Te Papa, de Wellington, depois de ser capturada.
Sendo assim, a Dra. Kat Bolstad não escondeu que o registro inédito não era o que muitos dos cientistas imaginariam ver pela primeira vez em uma lula colossal. “Sabemos o quão grande a espécie pode crescer. Sabemos que é o invertebrado mais pesado do planeta”, relatou, embora reconheça que “é um ótimo exemplo da beleza de muitos animais das profundezas marinhas, em contraste com os títulos sensacionalistas” que os animais costumam receber.
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