Já há peixes! Vídeo do Rio Pinheiros aumenta expectativas de despoluição


Um vídeo surpreendente circulou pelas redes sociais nos últimos dias. Nele, alguns peixes aparecem nadando no Pinheiros, o rio que durante décadas foi um dos destinos da emissão dos poluentes produzidos pela cidade de São Paulo. Sinal de que já há oxigênio para suprir a vida aquática.
As imagens foram captadas no trecho próximo à ponte Cidade Jardim, na Zona Sul paulistana, e retratam o que Malu Ribeiro, diretora da SOS Mata Atlântica, definiu como uma conquista. “O aparecimento de peixes no local é fruto do investimento, a longo prazo, na recuperação do rio”.

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Como uma especialista em políticas públicas e gestão de recursos hídricos, Malu diz que o controle de poluentes tem de ser permanente: “O saneamento, a despoluição dos nossos rios urbanos, tem que ser um programa de estado, que não tem começo, meio e fim. A dinâmica social na bacia, principalmente em uma cidade como São Paulo, é extremamente complexa”.
Peixes no Rio Pinheiros? Sim! Veja as imagens na ponte Cidade Jardim. Estamos recuperando a vida no Rio Pinheiros. Até dezembro de 2022, vamos entregá-lo despoluído aos cidadãos de São Paulo. #NovoRioPinheiros pic.twitter.com/LuHS9QiKWI
— João Doria (@jdoriajr) April 10, 2021
O Rio Pinheiros é um dos principais afluentes do Tietê, curso d’agua que atravessa praticamente todo o estado de São Paulo, de leste a oeste. Os esforços de recuperação de qualidade de águas de um afeta também o outro, num círculo virtuoso.
A despoluição do Pinheiros é uma promessa de campanha do governador João Dória, que pretende entregar o rio — para ser explorado turisticamente e como meio de transporte público e de lazer — até meados de 2022.
A tentativa de recuperação dos rios paulistas começou quando um jacaré apareceu no Rio Tietê, na década de 1990, e fez com que a população revivesse a esperança de despoluição. Desde então, os investimentos para recobrar a saúde dessas águas têm sido incessantes. Um exemplo disso é o Projeto Tietê, fundado em 1992 — um programa de saneamento ambiental.

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“Os afluentes que chegam ao Rio Pinheiros, e estão nessa bacia, vêm recebendo, há duas décadas, programas de coleta, afastamento e tratamento de esgoto. Eles são alvo de um processo de despoluição constante desde então, e é por isso que o Pinheiros reflete as ações que estão sendo feitas durante todo o processo de saneamento”, avaliou a especialista.
O Programa Novo Rio Pinheiros, iniciado em 2019 pelo Governo do Estado de São Paulo, é uma ação que conta com forte participação da Sabesp e a atuação conjunta de órgãos e empresas estaduais, coordenados pela Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente – SIMA.
Não está longe o dia em que os paulistanos poderão voltar a pescar na cidade, como se faziam até as década de 1950.

A Companhia de Saneamento do Estado de São Paulo (Sabesp) confirmou que o Novo Rio Pinheiros e o Projeto Tietê são complementares, “porque as obras executadas no escopo do Novo Rio Pinheiros contribuem para a despoluição do Tietê”.
O investimento no Novo Rio Pinheiros totaliza R$ 1,7 bilhão em obras realizadas pela Sabesp, que tiveram início em 2019.

Desde começo do programa, foram retiradas mais de 30 mil toneladas de lixo flutuante somente das águas do Rio Pinheiros. Por meio do desassoreamento, para aprofundamento e manutenção do rio, as equipes retiraram 256 mil m³ de sedimentos, o que equivale a mais de 16 mil caminhões.
Por Naíza Ximenes, sob supervisão do jornalista Gilberto Ungaretti
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