Sistema prevê ondas violentas para alertar navios antes que seja tarde demais
Ferramenta em construção usa base com milhões de dados para emitir aviso sobre os temidos vagalhões


Não eram raras as chances, no século 19, de um relato sobre ondas gigantes e violentas, se erguendo como uma imensa parede no mar, ser taxado como simples mito.
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O motivo da descrença, no entanto, só foi descoberto mais tarde: quase nenhum marinheiro sobrevivia ao encontro com os vagalhões — ondas gigantes que surgem do nada no oceano, superando o dobro do tamanho das demais na área navegada.


Apesar da segurança marítima ter dado grandes saltos de lá para cá, esses fenômenos seguem ameaçando navios e infraestruturas offshore, além de colocarem em risco a vida de profissionais e ageiros. A boa notícia é que pesquisadores da Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, pretendem dar fim à forma súbita com que essas ondas violentas aparecem.
A solução pensada para essas ondas gigantes foi a construção de uma ferramenta que utiliza uma enorme base de dados para prever os vagalhões e alertar os navios a tempo de se prepararem para enfrentá-los — seja buscando abrigo, realizando desligamentos de emergência ou manobrando a embarcação.
Para prever o que, até agora, ninguém conseguiu, os cientistas treinaram uma rede neural — uma espécie de inteligência artificial — com milhões de dados sobre a elevação da superfície do mar, provenientes de 172 boias espalhadas pela costa dos Estados Unidos e ilhas do Pacífico.
A ideia é que, a partir dessas informações, a ferramenta consiga identificar se há uma relação entre os vagalhões e as ondas que se formam antes deles. Dessa forma, seria possível reconhecer padrões e prever antecipadamente um evento extremo.


Pesquisadores fizeram descobertas inéditas sobre as ondas gigantes
Após uma série de testes, a ferramenta conseguiu prever corretamente cerca de três em cada quatro ondas violentas um minuto antes de se formarem. Quando o tempo de aviso prévio é ampliado para cinco minutos, a precisão reduz para sete em cada dez vagalhões.
“As previsões corretas de milhares de ondas violentas a partir de medições não têm precedentes na literatura e, como tal, demarcam um o significativo em direção à previsão confiável de ondas violentas”, aponta o estudo divulgado no Scientific Reports, da Revista Nature.
No entanto, ainda há muito a ser desvendado. Apesar da descoberta de que o fenômeno pode ser previsível, a rede neural “tende a superestimar a ocorrência de ondas violentas”, o que leva à emissão de “número significativo de alarmes falsos”.
Além disso, se três em cada quatro ondas são previstas, isso também quer dizer que uma delas não é prevista. Segundo os pesquisadores, o resultado ainda não é bom o bastante para que o sistema seja implementado nos navios. “Para um sistema operacional, essa precisão precisa ser aumentada ainda mais”, aponta o estudo.
Mas o primeiro o foi dado. O estudo acaba com a dúvida de que parte das ondas violentas podem ser previstas — ainda que não descarte a imprevisibilidade de algumas delas — e afirma que adicionar mais dados à análise, como profundidade e velocidade do vento, pode deixar a ferramenta mais poderosa.
Por fim, garante que as descobertas feitas podem ser usadas de forma ainda mais ampla para prever a ocorrência de outros eventos extremos, como processos de combustão, alterações climáticas e atividade sísmica — capaz de levar a terremotos e tsunamis.
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